Se para uma boa parte das
pessoas, o domingo é um dia triste e depressivo por antecipar uma segunda-feira,
para mim e para uns quantos é um dia de entusiasmo que começa bem cedo.
Alterno as minhas manhãs deste
dia, com uma futebolada com uns
amigos, ou com a prática de BTT com outro grupo de amigos.
Quando calham as manhãs de BTT
e me desloco já montado na minha “menina” de duas rodas ao encontro dos outros
“atletas”, isto bem cedo (mesmo bem cedo), cruzo-me por vezes com gente (que eu
conheço) de carro, que nitidamente está a acabar o sábado à noite, enquanto eu já
estou em pleno domingo!
Se esses conhecidos parassem o
carro e eu entrasse nele, seria transportado do domingo de manhã, para o sábado
à noite…acho que isto é que é a “Teoria da Relatividade”, que Einstein queria
explicar, mas não de forma tão clara como eu!
Na verdade quando me cruzo com
esses “atletas” da noite, certamente eles pensam – O Calheiros está tolinho! –
enquanto eu penso – O Mi…, o Ant…, o Pe… e o Car…, estão todos “lixados”,
enquanto eu estou atlético e saudável! – alheio aos quatro quilos a mais,
devidamente explicáveis por uma paragem de mês e meio, devido a uma lesão na
coxa.
Desde o encontro com os Batatistas, desculpem, Betetistas, até ao final do passeio,
toda a selecção natural que fiz desde criança até idade adulta, que resultou na
redução de uma imensidão de amigos para três, desaparece…somos novamente
crianças e o mundo está novamente cheio de gente amiga!
Quanto aos domingos de
futebol, como o adversário é forte, eu e o Quim somos o garante de que pelo
menos somos a equipa mais “bonita”. Certeza esta, ainda sob os efeitos de um
elogio que ouvimos de duas meninas em 1992, irmãs e desequilibradas…mas de bom
gosto!!!
Em campo, tínhamos a certeza
que éramos os estrategas e o garante do equilíbrio da equipa, até que…
…Certo dia, o amigo Faria
começou a ir. Joga no nosso meio campo. Mais do que um jogador, ele revelou-se
um comentador…comenta todos os nossos lances, fazendo avaliações on-line, transformando um momento de
lazer em momentos de stress, qual
Standard & Poor’s e a Moddy’s com os testes de stress aos Bancos!
A nossa equipa, antes do
Faria, julgava-se valorosa e inteligente, à semelhança de Portugal na UE,
quando pensávamos que tudo era cor-de-rosa, que o dinheiro não acabava e seríamos
capazes de grandes jogadas. Chutávamos à baliza de qualquer maneira e de
qualquer sítio, mesmo da linha de fundo…e por mais estúpido que parecesse e sem
dinheiro queríamos uma linha de TGV!
Os Mercados e Agências de Rating
apareceram na vida dos países e o Faria apareceu na nossa equipa.
Nós, que nos tínhamos em alta estima
e nos cotávamos no Triplo A, fomos sendo puxados para baixo. Eu e o Quim
estamos com B, enquanto os outros elementos da equipa, estão ao nível da
Grécia…no lixo!
Mas as Agências de Rating
falham na marcação e por vezes não se entende as suas observações, quando
tentam ludibriar de forma infantil!
Desde que o Faria começou a
aparecer, no fim dos jogos vou directo a casa dos meus pais perguntar à minha
mãe: – Mamã, quem é que joga bem? – ao que ela responde: – És tu, meu filho!