domingo, 26 de maio de 2013

Porque sim,...e porque não!

Quando penso naquilo que eu possa ter de bom como pessoa (poucas coisas), agrada-me crer que talvez tenha absorvido a maior ou uma das maiores riquezas, transmitida pelos meus pais, principalmente o meu pai, o Sr Augusto. Não foi nenhuma herança material, que também me iria saber bem e me permitiria “assasinar” o despertador, mas foi sim o despertar do pensamento, questionando as coisas e pesquisando, para melhor fundamentar as minhas posições. Na essência, ser capaz de pensar pela minha própria cabeça e não me deixar arrebanhar pela maioria (com a excepção daquele ano, no Ciclo Preparatório, em que eu e mais meia turma andávamos atrás da mesma miúda).
O Sr Augusto, para me mostrar que essa seria a melhor postura, mostrou-me a outra face! Assistimos a uma sessão da Assembleia da República, em que um alto responsável da Nação respondia “Não”, pela nobre e justificada razão do outro alto responsável da Nação ter antes dito “Sim”, seguindo-se um cacarejar, que rapidamente transformou um local de supostas discussões sérias, num verdadeiro galinheiro, com a desvantagem dos deputados não porem ovos (que nem precisariam ser de ouro). No final fui levado a um café onde se discutia futebol.
Cada um dos intervenientes justificava as suas opiniões com um sólido e fundamentado “Porque sim” ou “Porque não", não raras vezes seguido de um “Tu não percebes nada!”!
Estas discussões a que assisti, apesar de cenicamente impressionantes, se tivesse que fazer um sumo das mesmas, nada sairia… eram conversas “secas”.
Dias depois, quando o questionei sobre a “Fé”, sobre se esta era mais forte e se tinha mais sentido que a “Razão”, o Sr Augusto apenas me disse: - Anda daí!
Nessa altura havia “peregrinações” a um eucalipto (sim, um eucalipto), localizado próximo da Trofa, que miraculosamente libertava fumo, e denso. Lá chegados, e com os olhos bem abertos, vimos o óbvio, o eucalipto em vez de libertar fumo era sobrevoado por milhares de mosquitos! Ao meu lado alguém rezava e perguntei:
- Está a rezar pelos mosquitos?
- Quais mosquitos, menino? – respondeu-me a senhora com uma pergunta, enquanto mascava umas ervas.
Regressei a casa intrigado com a possibilidade da fé poder cegar!
Na prateleira do móvel da sala, algures entre os “Miseráveis” e um livro de receitas que tinha um bolo de iogurte muito bom, estava a descansar a “Bíblia”. Acordei-a e passei as semanas seguintes a lê-la. Fiquei a saber que os milagres terminaram com a morte dos apóstolos e preocupei-me com a senhora que rezava aos mosquitos! Seriam alucinogénias as ervas que a senhora mascava?
De onde viria aquela fé? O meu pai levou-me a uma igreja para assistir a uma missa.
Algumas das coisas que ouvi durante a cerimónia e os rituais encenados durante a mesma, que toda a gente absorvia como verdade, contradiziam o que tinha lido no livro que estava pousado no altar. Concluí que a manipulação da fé das pessoas, por uns, podia facilmente levar à construção de santuários onde mosquitos voam à volta de eucaliptos…para miraculosamente passarmos nas avaliações da Troika!
Mais tarde, perguntei ao meu pai sobre o “Politicamente correcto”.
- Isso vais descobrir por ti! – respondeu-me.
Com o passar dos anos e com a percepção que fui adquirindo da vida e dos outros, apercebi-me de que uma minoria (descubram qual) ditou a forma de pensar, mascarando lobos com pele de cordeiros e o contrário, condenando quem se atreve a discordar e a sair desta forma balizada de pensamento. Para muitas pessoas essa limitação foi um alívio que lhes deu mais tempo para novelas e “Big Brothers”. Afinal a forma correcta de pensar já está decretada, basta ler o “Manual do Politicamente Correcto”.

Não sei bem porque escrevi este texto…se calhar “porque sim”…ou “porque não”! 

sábado, 11 de maio de 2013

O sol a entrar pela janela!


Depois de vivermos séculos em Monarquia, nos últimos 103 anos assistimos ao precipitar de sistemas políticos, que ditaram o fim desta e a implantação da 1ª República (Republica Velha e Republica Nova) , depois a 2ª República ( Ditadura Militar e Estado Novo) e a 3ª Republica (a nossa Democracia).
Saltitamos de regime em regime, como a Lurdes acabou um casamento de 40 anos e trocou o marido por um namorado, mas como este fazia migalhas a comer pão, trocou-o por outro, mais limpinho, mas que coça os genitais em público!
Nenhum regime político é perfeito, como tal não me interessa o nome que dão aos sistemas, desde que sejamos governados por gente séria e competente, que ponha os interesses de Portugal e dos portugueses em primeiro lugar!
Em tempos, a Manuela Ferreira Leite, equacionou a suspensão da Democracia por seis meses, para pôr o país nos eixos, através de uma Ditadura. Todos os que ouvi a comentar estas declarações, chamaram de irresponsáveis às palavras da Manela. Mas será assim tão estúpido a Lurdes trocar o namorado que coça nos genitais, pelo primeiro, que faz migalhas, ou então tentar reconciliar-se com o ex-marido?
Se considerarmos que a “Ditadura” pode assumir o papel de homem, já a “Democracia” tem contornos de mulher.
Quando um casal se senta à mesa e o Manel diz:
- Maria, este mês temos que conter despesas! O mais prudente é não ires à cabeleireira, não pores as unhas de gel, nem comprares aquela mala de 500 €!
- O quê?! – Exclama a Maria, com espanto, e prossegue: – Mas isso são os meus direitos adquiridos no nosso casamento!
- Queres que os miúdos passem fome?! – pergunta Manel, em tom decidido e desafiador.
Com esta “chamada à terra”, Maria apercebe-se que aquele mês tem de ser austero e concordam, naquele mês, “apertar o cinto” aos gastos acessórios.
No final de tarde do dia seguinte, Maria aparece em casa com extensões no cabelo e com um par de sapatos novos, de uma cor que ainda não tinha, que estavam com um desconto de 5%!
Esta compra, que foi uma despesa, por ter tido desconto, para a Maria foi uma grande façanha de austeridade, já para o Manel foi mais um produto tóxico…um verdadeiro contrato “Swap”!
Em situações destas, o homem, deveria ter permissão legal para suspender o casamento, devolver a “Maria” aos pais e por um período de seis meses, com a possibilidade de prolongamento das maturações, viver maritalmente com outro homem, para pôr em práctica um programa de ajustamento, que salvasse a família da banca rota!

Mas, perante a imperfeição de todos os sistemas, não troco a minha “Maria” nem os “produtos tóxicos” que traz para casa, por um Henrik alemão!
Nós, os do sul, somos assim, um pouquito desorganizados e, quiçá, um nada indisciplinados… contudo, eu tive o sol a entrar pela janela enquanto escrevia este texto…!

sábado, 4 de maio de 2013

Fazer sentido, ou não, eis a questão!?


Desde que tenho noção de mim como pessoa, até ao momento presente, a percepção que tenho do mundo foi mudando…o mundo mudou e eu também!
Mas todas as mudanças ajudaram-me a admirar cada vez mais as pessoas coerentes com o dizer e o fazer…mesmo não indo de encontro ao politicamente correcto, que para mim faz sentido.
Um dos expoentes desta coerência, é o Zé Miguel (meio nome fictício), que desde que o conheço, só fala de mulheres, da vontade de estar com elas e de como seduzi-las, sem nada esconder do seu “alvo”! O Zé Miguel (meio nome fictício), nunca fez o papel de “coração doce” para atraí-las, daí, que dessa forma, as mulheres do Zé Miguel (meio nome fictício), nunca foram “vítimas”, mas cúmplices deste Don Juan peculiar!
Apesar de não apreciar, a maneira de estar do Zé Miguel (meio nome fictício) faz sentido!
Já algo que não faz sentido, e que não percebi nesta legislatura, é a razão pela qual um dos feriados abolidos não ter sido o “1º Maio”!
O que faz sentido no “Dia do Trabalhador” é trabalhar! Aproveitar o dia… e quem é mau trabalhador (porque os há), encarnar o espírito do “bom trabalhador” e os maus patrões (porque os há), serem cordiais, estarem dispostos a ouvir e a melhorar…e a pagarem os ordenados em atraso…numa espécie de espírito do “Conto de Natal” de Charles Dickens! Isto faz sentido, apesar de parecer ficção!
Sem feriado, não há manifestação, logo, não há discurso inflamado (ao estilo islâmico) do Arménio Carlos, o  Pequeno Ditador! E esta é para mim a parte que faz mais sentido. Receio, que este fanático, um dia se faça explodir(faz sentido) à porta de um Mac Donald’s ou de uma agência bancária, matando gente inocente(não faz sentido nenhum)!
O outro feriado recente, o 25 de Abril, é o resultado da luta da geração do meu pai, contra uma ditadura…o 25 de Abril fez todo o sentido! E faz sentido ser festejado pelo povo, mas não pelos políticos!
Porque a Democracia, assente em partidos, criou a “classe política”, que olham primeiro para os seus interesses e os dos seus (que se porventura coincidirem com os do país, tanto melhor), não faz sentido…e os sindicatos são como os partidos, não se iludam. Todos dizem uma coisa e por trás fazem outra, dizem o que for preciso para assegurarem o “poleiro”, como as fãs do Justin Bieber se atropelam para ficar na 1ª fila. Em miúdas de 12 anos, faz sentido uma corridinha ao estilo “carrinhos de choque”, para ficarem mais próximas do ídolo, em gente que nos (des)governa e faz oposição (irresponsável), não faz sentido nenhum!
O que faz sentido é ter um Zé Miguel (meio nome fictício), na política.

Enquanto o político é um “Zézé Camarinha”, de técnicas manhosas para seduzir e enganar o povo, o  Zé Miguel (meio nome fictício) diz-lhes a verdade na cara, - Quero-te “traçar”!
Mulher nos braços do Zé Miguel (meio nome fictício), nunca é vítima!