quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Adélio Dani (19º episódio)

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Nessa noite, é “noite da mulher” no “BL Show”. São 22h. O padre Rodolfo estaciona a viatura paroquial próximo da danceteria “BL Show” e antes de sair do carro olha-se no espelho retrovisor e apercebe-se que não colocou o foco na orelha esquerda.
Regressa a casa, coloca o seu disfarce e retorna, agora sim, como Alex. São 23h quando entra na danceteria, apinhada de mulheres entradotas e de galanteadores experientes!
Alex busca Augusto com vontade de o desmascarar. Vê-o na pista de dança a bailar “De quem será o pai da criança”, com uma atleta medalhada, paraolímpica, manca das duas pernas, que não parece que manca! Todos os galanteadores do “BL Show” têm vontade de dar uma trinquinha nesta “perolazinha”!
Alex dirige-se como um foguete e em dança até Augusto, agarra-o pelo braço e puxa-o para o mesmo canto da última vez que falaram. A atleta paraolímpica, sem o apoio de Augusto, cai para o lado direito!
- O que se passa Alex…ou padre Rodolfo? – Pergunta Augusto, sem estar a perceber a rudeza de Alex.
- Ouça bem Augusto, estou farto das suas histórias e farto de o seu filho andar enganado a seu respeito! A próxima vez que o encontrar, conto-lhe tudo! – Ameaça Alex!
 - Ai é Alex?… - e Augusto tira o foco da orelha esquerda de Alex, e continua - ou PADRE RODOLFO?
O padre Rodolfo tira o foco que está na mão de Augusto e coloca-o novamente na sua orelha esquerda, e diz – Ó amigo Augusto, estava a brincar! Acha que eu ia contar ao Adéliozinho?! Nem pensar, eu sou sério!
Alex vai embora, não sem antes dizer – O seu filho anda metido na política! – E Augusto regressa à pista, mas o seu par paraolímpico, já está ocupado pelo Sr. Tavares. A esperança de passar a noite no centro de estágios foi-se, mas o seu espírito estava iluminado com o pensamento: “O meu Adélio está a recuperar do esgotamento!”.
Em Campanhã, antes de se deitar, Adélio vai ter com a mãe, que continua à volta do arranjo floral pedido há uns anos por uma cliente!
- Mãe?!
- Sim Adélio, que queres?
- Estou a trabalhar há já uns dias, a colar cartazes e…- antes de terminar e dizer que não era remunerado, é interrompido pela mãe.
- Que bom Adélio, já é uma ajuda e sendo assim, já não preciso de terminar este arranjo! – Diz Dália atirando o arranjo para o chão.
- Mas mãezinha… - e é novamente interrompido pela mãe.
- Não há mas nem meio mas. Vai-te deitar, porque amanhã tens que acordar fresquinho.

Nasce um novo dia em Campanhã, Adélio cada dia que passa está mais seguro que o dia nasce também para todo o país.


(continua)

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