Para não me fechar no meu
próprio mundo, tento manter os “olhos abertos” e uma visão moderna e liberal, e
como tal, tenho preocupações globais, como a Miss Universo. Quero que não haja
fome, que não haja guerra,…enfim, que os povos em geral e a malta em particular
se dêem bem!
Mas na vertente da
“preocupação em particular”, afligiu-me não ter sido um sonho a entrevista a
José Sócrates, afligiu-me a polícia não ter aparecido no início para o levar, e
no final, afligiu-me não terem aparecido uns enfermeiros, que o levassem para a
ala psiquiátrica de um hospital qualquer!
Mas mal sabia eu, que assistir
a esta entrevista seria o precipitar de “preocupações em particular”, cada vez
mais profundas!
No dia seguinte, foi o número
onde parou o ponteiro da balança, que me fez concluir que me estava a achar em
demasiada boa conta e só o ginásio não chegava, “Tenho que cortar na ração”,
pensei eu. Ainda não o fiz. Mas enquanto o não fizer, não me peso, como
Sócrates escondia contas e dívidas, para que o défice parecesse “leve”!
Hoje de manhã aconteceu a “preocupação
em particular” maior…o Romeu! O Romeu tem quatro meses e recolhi-o à pouco
tempo da rua, como a RTP a Sócrates…mas o Romeu mais miserável!
Estava eu no meu jardim e o
Romeu à solta...pensava eu que ele estaria num daqueles rituais de cão de
passagem de “criança” para “rapazola” (a abrir um buraco, a fazer marcas de
território, a treinar o latir,…) quando de repente sinto algo a esfregar-se na
minha perna…era o Romeu…O pequenico
parecia, uma daquelas raparigas que dançam no varão.
Se fosse na Cristina, tínhamos
macho em casa… agora, em mim…foi um choque…ver quem mais nos escavou na televisão pública!
Telefonei à veterinária do
Romeu, a explicar o sucedido, mas ela: “Estou em França, de férias…chego para a
semana.”.
Pouco depois o Romeu volta a
atacar a minha perna e volto a fazer novo telefonema para a veterinária, a
pedir para antecipar o regresso de férias, e de seguida para a Judiciária! Da
polícia disseram que não podiam fazer nada, já a veterinária negou e como boa
pessoa pensei, “Espero que nunca apanhes o teu cão a esfregar-se na perna do
teu marido!”.
Vim para a rua e pacientemente
esperei. Entretanto aparece uma senhora a passear com uma cadela jovem e de
belo porte. Fui buscar o Romeu e aproximei-o…nem reagiu ao encanto da cadela.
“Pode não ser o estilo dele!”,
pensei, enquanto se esfregava mais uma vez em mim, e pacientemente continuei à
espera.
Passa novamente uma senhora e
a passear a sua cadela. Esta, desta vez mais velha, formosa e de belo lombo.
- Anda cá Romeu. - peguei nele
e aproximei-o.
Mais uma vez sem reacção,
mesmo depois de lhe ter “chafurdado” o focinho numa teta, da mesma forma
violenta com que Sócrates “chafurdou” na moralidade do PR! Olhou e levantou as
orelhas quando passou o Salazar…o cão do vizinho!
Perante a minha aflição, para
me reconfortar, a senhora diz:
- Os cães são assim!
Podem dizer-me que os cães (e
os políticos) são todos assim, que se cheiram e esfregam uns nos outros,
confundindo os géneros…mas isso são os outros!
Por norma, o discurso das
pessoas é cada vez mais moderno e liberal, mas isso é quando se trata dos
outros…agora quando o mal nos bate à
porta, o caso muda de figura!