sábado, 8 de dezembro de 2012

Hoje não há texto.


Pois é amigos e amigas, esta semana não escrevi nenhum texto, mas não por ter perdido a vontade de escrever ou o entusiasmo por publicar no blogue. A razão é simples, ando entusiasmado com o lançamento do meu livro, que já aconteceu, mas não desocupa quase todo o espaço do meu pensamento. A primeira vez que me senti assim, foi aos doze anos, quando fui prestar provas aos iniciados do Trofense, e depois de um treino com um desempenho mais ou menos, o treinador pede para no próximo treino levar o B. I. e duas fotografias…senti que iria ser um grande jogador…e a minha mãe também!
A intensidade do entusiasmo que neste momento estou a viver é igual, mas não julgo que venha a ser um grande escritor…apesar de a minha mãe ter achado imensa piada ao livro sem o ter lido! Agora que o começou a ler, acha ainda mais…deve pensar que estou lançado!
Com o passar dos anos nunca perdi o entusiasmo naquilo que gosto de fazer, mas as expetativas tornaram-se mais realistas e a esperança e orgulho da minha mãe em mim continuam sem esmorecer!

Nestes ultímos dias tenho usado e abusado do Facebook para divulgação do meu livro e qualquer conversa serve para promover “Venceslau e outras histórias”.
Ontem, da parte da manhã, um colega, tristonho, comenta – “ O meu cão partiu a patinha!”. Eu, sem perder a oportunidade, tento animá-lo, perguntando-lhe - “Já compraste o meu livro?”
Da parte da tarde, já no ginásio, um amigo, revoltado, comenta que tem de gastar 500€ no conserto do carro, e eu, tentando mostrar que também há coisas agradáveis na vida, pergunto-lhe, - “Já que falas em gastar, já compraste o meu livro?”.
Eu nunca fui à tropa, mas infelizmente tive bons amigos que lá andaram. Agora comparo-me a esses amigos, que quando chegavam à terra no fim-de-semana, só falavam no “raio” da tropa e tudo era pretexto para falarem dela!

Como ainda não terminei esta minha “recruta”, já penso nas próximas ações para divulgação do livro, usando as tecnologias ao dispor em proveito próprio. Sinto-me um Murdoch ou um Berlusconi, controladores dos media dos seu países, com a única diferença de que não sou rico e relativamente ao Sr. Berlusconi, não me relaciono com raparigas quarenta anos mais novas. Não quer isto dizer que quando tiver mais de sessenta anos, esta ideia não me passe pela cabeça, mas de momento, cientificamente é impossivel, devido aos meus trinta e oito!

O livro “Venceslau e outras histórias” é constituído por três histórias, a primeira, “Venceslau Júnor”; a segunda, “Zé Musgo” e a terceira “Eça Opes” e muitas mais personagens que interagem com as personagens principais!
Há pouco tempo um amigo conhecedor das histórias comentou que ler este livro é como ir na auto estrada a 120 km e de repente meter marcha atrás! Parece estúpido? Parece! Mas mergulhando no livro, entramos num mundo em que “meter a marcha atrás” faz sentido.
Eis o início das três histórias:   

“Venceslau Júnior sempre que se deitava na cama
tinha um sonho ambicioso. Desejava um dia ser ladrão
de primeira, já que até agora limitava-se a ser ladrão de
segunda. Assaltava carros estacionados em segunda fila
no cais da ribeira. Não foi para isto que Venceslau Roma
educou Venceslau Júnior.
Venceslau Roma tinha sido um ladrão de primeira na
Foz, onde roubava carros legalmente estacionados em
primeira fila e com ticket de parquímetro,
por essa razão achava que por actuar sobre a legalidade, roubava legalmente!
Venceslau Roma nunca conheceu seus pais, era um
“self made man”, que ambicionava o melhor para o seu
filho Venceslau Júnior, mesmo que as probabilidades de o
filho ser seu, fossem escassas.
Certa tarde de primavera, durante um assalto a um
Renault 5 GT Turbo, Venceslau Roma deslocou o pulso,
quando estroncava a porta do carro. Dada a gravidade
deste acidente de trabalho, Venceslau Roma viu-se obrigado
a deslocar-se ao centro de saúde de Miragaia, onde
lhe foi aconselhado repouso absoluto, e não falar, durante
dois dias. Chegado a casa, Venceslau Roma deitou-se e só
mexeu os olhinhos durante o tempo de repouso aconselhado.
Num determinado momento do repouso, uma
desconhecida entrou em casa com um miúdo estranho pela
mão e diz – este é o nosso filho, tem oito anos. Agora toma
conta dele até aos dezasseis, depois venho buscá-lo e fico
com ele até aos vinte e quatro. – e foi-se!”


“Zé Musgo é fino como um rato, literalmente. Cara
fina e longa, nariz comprido e pontiagudo, orelhas grandes,
mas muito burro e é contemporâneo de Venceslau Júnior.
Apesar do declínio latente da família, Zé Musgo era
vaidoso, pelo nome que carregava e tinha um enorme
fascínio pela fama. Enquanto o seu amigo Venceslau Júnior
tentava fazer assaltos de segunda, Zé Musgo já fazia
tentativas sérias para ficar famoso e tentar que o seu nome
ficasse gravado nas páginas da história!
A sua primeira tentativa foi andar a mais longa
distância possível, nas águas do rio Douro. Zé Musgo
sabia que tinha havido uma tentativa, devidamente alcançada,
há mais ou menos dois mil anos, registada num livro
não oficial de recordes. Zé tinha a certeza, de que se houve
um gajo que já fez isto, ele também conseguiria!
Todo o processo de candidatura é tratado e chega o
grande dia. Primeiro domingo de Agosto, céu limpo e o rio
está flat. A zona ribeirinha de Miragaia está apinhada de
gente. Numa mesa junto ao rio, os quatro membros pertencentes
ao júri internacional do “Guinness Book of
Records”, um Nepalês, que pedia na rua onde mora Zé
Musgo, uma Brasileira, prostituta em Paranhos, um Chinês,
que pretendia abrir um armazém em Miragaia e um
Americano, artista de stand up comedy, de nome George
Bush.”

“Eça subiu a pulso na vida. Foi abandonado pelos
bisavós paternos, depois de ter sido abandonado pelos avós
paternos e primeiramente pelo pai, depois de este ser abandonado
pela mãe!
Aos catorze anos vivia sozinho debaixo do tabuleiro
da ponte D. Luís. Pensou em ter um cão vadio para lhe
fazer companhia, mas com receio de ser abandonado desistiu
da ideia. Aos dezoito já sabia contar até 5 e aos vinte e
dois vivia no alto da escarpa dos Guindais. era uma
caminhada em direcção ao céu.
Eça era na realidade Leça, mas apresentava-se sempre
como Eça, porque tinha um problema de fala e não conseguia
dizer os L’s. Sempre que lhe perguntavam o nome,
ele respondia – Eça, Eça Opes. – Eça vivia num barraco
T0, com meio tecto, uma televisão pequena com antena
interior, e sonhava ter uma parabólica, para apanhar canais
de Wrestling e de filmes porcos. Uma terça-feira, ao ver o
Telejornal, ouviu falar em congelamento de salários, e com
apalermada perspicácia, associou ao documentário que
tinha visto pela manhã em que falaram na era glaciar, logo
deduziu: Vem aí outra. Nessa noite, Eça põe 15 € de lado,
para na manhã seguinte ir comprar um cobertor e se
sobrasse algum ia tomar café a uma esplanada.
Eça acorda e liga a televisão para lhe fazer companhia
enquanto se prepara para sair. No momento em que aperta
o primeiro dos três botões que ainda sobram na camisa,
Eça depara-se em frente à televisão, porque estava a
começar o Boletim Meteorológico! – Para hoje e o resto
da semana, vamos ter sol e aumento da temperatura… –
eis o que Eça ouve.
Sentiu-se desnorteado. No dia anterior tinha ouvido
falar, na televisão, em congelamentos e hoje ouve falar
em sol e aumento de temperatura!
– A televisão está avariada! – Pensou. Em pensamentos,
conseguia dizer os L’s.”

Se tiveram pachorra para chegar até aqui, obrigado! Para a semana voltam os textos!

4 comentários:

  1. e é tão bom quando andamos assim entusiasmados:):)

    ResponderEliminar
  2. EHEH Muito Bom. Onde é que arranjo um exemplar "altografado"?

    ResponderEliminar
  3. Estou a tratar disso. Depois estabeleço contacto contigo, entretanto espalha pela bifanada!

    ResponderEliminar