Ajusto o despertador para as sete horas,
a ideia é acordar cedo para aproveitar a melhor parte da praia, a manhã. Nunca
percebi aquelas pessoas que chegam à hora do “cancro”, quando deveriam estar a
sair para irem almoçar…que parolos!
Parece que foi no momento a seguir a
pousar a cabeça na almofada, que acordei com o primeiro de cinco toques do
despertador! O primeiro às sete e o último às oito. Dava perfeitamente para nos
prepararmos, irmos tomar o pequeno- almoço e chegar cedo à praia.
O dia tinha acabado de começar e já
achava que estava a correr demasiado bem, quando ao entrarmos no carro para
irmos para a praia, e chegar cedo, a Cristina diz: - Vamos passar só ali…fica a
caminho.
A loja onde ela queria ir ficava a Este
do sítio onde estávamos, quando queríamos ir para Oeste…mas estávamos com tempo…,
é a grande vantagem de acordar cedo. Após esta deslocação fomos a mais um, e
outro…e mais outro sítio, todos a caminho da praia e sem dar conta, já tínhamos
percorrido todos os pontos cardeais, sem sair da Trofa!
Finalmente tomamos a direcção da praia e
ao fim de meia hora estaciono o carro próximo de um passadiço que dá acesso ao
areal. Quando olho para a esquerda, vejo várias pessoas a sair. “Estará vento?”
– pensei eu, olhando para o céu a certificar-me se alguma gaivota estava a ser
arrastada e de seguida espreito por cima do ombro, em direcção à
bandeira, que além de verde, não se mexia!
- É meio-dia. Quase que chegávamos de
manhã! – diz a Cristina.
Quando ouço as horas, envergonhadamente,
tapo a cara, para não ser visto, mas o António reconheceu a matrícula:
- Tudo bem, Calheiros? Vais para a
praia?
- Não, António! Só um inconsciente ia a
esta hora para lá! Já vamos embora. – respondo.
Quinze minutos depois, já tínhamos o
pára-vento e o guarda-sol montados e sem grande demora, já estou a molhar os
pés…a água estava gelada! O mergulho foi imediato e inevitável, depois de
passar água pelas pernas, tronco e cara. Sempre desconfiei daqueles que vão
molhar os pézinhos e recuam para o areal!
Dou meia dúzia de braçadas e deixo-me
estar a boiar. Ao sair da água, o ar natural que transmitia era desmentido pela
pele de galinha e pela quase inexistência dos genitais…com calma dirijo-me para
a minha toalha, onde me deito exposto ao sol, naquela hora em que ele é forte e
faz mal…com urgência precisava de recuperar os meus orgãos…e adormeci, a
Cristina já dormia!
Quando acordo, desta vez sem nenhum
toque de despertador, a praia já tinha recuperado aqueles que tinham saído ao
meio-dia. Abro os olhos e senti-me como a acordar no meu quarto, mas cheio de
estranhos, em que cada um pode ficar a conhecer um pouco do meu íntimo, ou
seja, a forma escarrapachada como durmo, se ressono ou não, se falo ou tenho
tiques durante o sono…e aquela! Aquela que, de pé e em topless, chegava creme
por detrás de um pára-vento, também pensa agora que me babo a dormir, mas nesse
caso foi apenas a reacção ao vislumbre de um belo exemplar de mamas!
Viro-me para o lado e a Cristina ainda
dorme e baba-se. Olho para onde a cabeça dela está virada e, aliviado, vejo um
rochedo! Quando olho para ela, outra vez, sinto os genitais e um sorriso
denúncia que já os recuperei…
Como é bom aproveitar a praia, logo pela
manhãzinha!
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