Apesar de estarmos a
poucos dias de 2017, a dar passos firmes no século 21, e tendo eu nascido no século 20,
na década de 70, e curtido o bom e o mau dos anos 80, mantenho hábitos do
século 19. Não me interessam as igualdades de género (para mim de sexo), para
mim, uma senhora é uma senhora! Continuo a abrir-lhes a porta, a dar-lhes a
passagem, a cuidar a linguagem, a oferecer o meu lugar,...e apesar de achar que
sou um espécime em vias de extinção, começo a ver jovens, que apesar das
modernices de igualdade de género (para mim de sexo), têm igual comportamento.
Começava a julgar-me estranho, adjectivo que utilizo para mim, para substituir
o adjectivo parolo.
Ontem, dia seguinte ao meu
aniversário, numa fila de trânsito, tive o comportamento normalmente estranho
(parolo) em mim. Com um pisca-pisca, sinalizo assertivamente a minha mudança de
direcção e ouço a buzina do carro que me seguia, dando-me indicação para parar.
Estacionei e sou abraçado pelo condutor desse carro...também ele dá o “pisca”,
quando conduz. Trocamos os números de telefone!
Por estas coisas e outras, há quem
diga que sou uma pessoa à moda antiga, se calhar para não dizerem estranho (ou parolo), e a
todas as duzentas e quarenta e quatro pessoas que me felicitaram pelo FB, sete
amigos, trinta bons conhecidos, setenta e três conhecidos, cem conhecidos de
vista e restantes desconhecidos, pelo meu aniversário, agradeci um a um pelas
felicitações.
Algumas boas mentiras
diziam, “Não te dava mais de trinta e oito”, e crente e contente, ao telefone,
partilhei com a minha mãe:
- Mamã, havia quem não me
desse mais de trinta e oito!
- Essa gente está tola meu
filho! Se não tivesse sido eu a ter-te, não te dava mais de vinte e oito.
- Tens razão, mamã! No
máximo, trinta!
- Estás tolo, meu filho!
Vinte e oito.
...
Mas ontem, ao final do
dia, depois de ler o título de um estudo, que dizia que elas acham os carecas
mais atraentes (e eu que nem entradas tenho), sou atingido por um relâmpago de
realismo, sob a forma de mensagem, enviada pelo meu amigo Miguel Paredes:
“Meu caro, parabéns atrasados pelo
aniversário. Se eu fosse gaja, diria que cada vez estás melhor, mais elegante,
mais charmoso, mais...Como sou gajo, digo que estás velho e mais gordo que uma
vaca!!! Um forte abraço!”
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