domingo, 19 de janeiro de 2014

Transformers.

Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo. Esta afirmação pode ser discutível.
Indiscutível, é o melhor jogo de futebol do mundo. Poderá haver um ou outro que dirá, “O melhor foi o jogo de Portugal contra a Coreia, em 1966!” ou um sportinguista, como eu, revivalista, poderá dizer, “Foi o jogo em que o Sporting ganhou a Taça das Taças!”, com o famoso “cantinho do Morais”, mas o melhor jogo de futebol do mundo, repete-se sábado após sábado, às cinco da tarde nas coordenadas 41° 20.088', -8° 33.808´, correspondentes ao pavilhão do Liceu da Trofa, Porto, Portugal, Planeta Terra.
Permito-me esta precisão, não vá haver vida além Terra, e um qualquer extraterrestre confundir o pavilhão do Liceu da minha cidade, com uma Trofa em Marte!
E é o melhor, não só pelos cinco a dez minutos de futebol bem praticado (que correspondem, curiosamente aos momentos em que tenho a bola nos pezinhos), no espaço de uma hora, mas também pelo fenómeno transformista que se verifica naquele grupo de dez amigos, ao estilo de super-heróis, mas ao contrário! Se Clark Kent, quando tira o fato, traz paz ao mundo como super-homem, já nós…!

Se antes do pontapé de saída, o mítico Gabriel Alves, fizesse a apresentação das equipas, seria: “Mário, simples e bom rapaz; Dário, tão calmo que mete impressão a um mestre de Ioga; Joquinha, brincalhão e gordo; Nando, o homem para quem está tudo bem; Jálita, o teórico; Beta, o professor de educação física, sem jeito nenhum para o desporto; Pedro, assertivo e educado; Mindo, prático e sério; João, rígido de princípios e usa o mesmo corte de cabelo desde os sete anos e Calheiros, uma jóia de rapaz;… As equipas estão alinhadas cada uma na sua metade do campo eeeeeeeee começa o jogo!”

É até aqui, altura em que começa o jogo, que tudo está bem. Mas invariavelmente há sempre um vencedor, raramente há empates, e é nos elementos da equipa que perde que geralmente se assiste a uma transformação de personalidade, que ao contrário de Clark Kent, não é para salvar uma velhinha em apuros!
No jogo de ontem, como poderia ser noutro qualquer, se estivessem alguns eleitores e cientistas de várias áreas a assistir, iriam fazer descobertas espantosas!
Logo a começar pelos Mários, bons rapazes, que se vão transformando em seres primitivos, tanto no comportamento como fisicamente. Começam o jogo com a cara limpa e terminam a espumar e de barba. Um antropólogo descobriria nestes seres, o elo perdido entre os hominídeos e os Australopitecos! Já nos Nandos, os pacíficos, um psiquiatra descobriria a doença tripolar ou quadripolar, tantas são as variações de personalidade apresentadas numa horinha apenas, chegando eu, como adversário, a pensar que o Nando está sempre a ser substituído! Já um estudioso de Ciências Políticas focaria a sua atenção nos Dários, os calmos, mas que durante o jogo, usam manhas discretas, ou não, para atingir os seus fins, transformando-se em “falsos”. Já os Joquinhas, os brincalhões, seriam a delícia dos matemáticos que veriam neles a propriedade comutativa da adição, em que se pode alterar a ordem das parcelas, sem que o resultado se altere, nem aquecem nem arrefecem. Nos tempos de escola só jogavam quando levavam a bola . Já os…
Quanto aos eleitores, entre os Mindos, Joões e Calheiros, prefeririam o último, que se assemelha a uma bandeirinha ou autocolante de campanha, porque o que quer é ganhar!

Este grupo de amigos, que muito amiúde, não consegue fazer as pazes no balneário, e ainda bem porque a simples ideia me assusta, vão à sua tasca de eleição, “A Canzoada”, beber o “copo da paz”, e regressar àquilo que verdadeiramente são…ou não!

Sem comentários:

Enviar um comentário